domingo, 25 de março de 2012

Yes, Nós Temos Banana....E Moda, Também!


Que o mundo, com a internet, tornou-se um lugar comum, é inegável. No entanto, não faz sentido profissionais do setor viajarem duas, três, até quatro vezes, ou mais, por ano ao exterior para pesquisar "tendências de moda" e nos enfiar goela abaixo, o comportamento de moda dos outros, quando, por aqui, a própria teia social trata de criar a sua própria moda... Basta!

Num tempo, em que a informação é constante e a novidade já nasce velha, a moda precisa, em todo momento se reinventar, para não parecer ultrapassada e responder aos reclamos de consumo das pessoas, que estão, por aí, ávidas pelo novo. Procurando "não sei o que", sem saber, exatamente, o que querem.

Dessa forma, cabe aos profissionais da área irem ao encontro desses desejos intrínsecos de consumo, fazendo leituras acertadas sobre as macrotendências e disponibilizando-as ao mercado.

Não cabe mais amadorismo no setor. Fazer roupa é muito fácil, todos fazem. Esperar a concorrência lançar a coleção, numa espécie de "maria vai com as outras", para depois copiá-la, é o que a maioria das confecções, infelizmente, de norte a sul, o fazem. Ou, simplesmente, visitar feiras, magazines e vitrines no exterior, para depois, como um decalque, "chupar" tudo, desde o design, passando pelas cores, estamparia, lavações e etc... chamando de novo, o que de fato já é velho, por lá há pelo menos seis meses, não é, propriamente, o que chamamos de criar moda.

Criar moda, nesse caso específico, não é propor silhuetas estrambóticas, tão pouco sugerir um novo comportamento - Deixemos isso, para as tribos, que elas mesmas tratam de fazê-lo e o fazem muito bem! -. Mas, ter uma própria visão do que chamamos de comportamento social "brasileiro mundial". Afinal, estamos inseridos no espectro econômico mundial. Como tal, a moda ouve, também, a nossa voz tupiniquim.

Ora, se o mundo tornou-se o quintal de nossa casa, isso quer dizer que, em todo momento, estamos nos inter-relacionando, mesmo sem sabermos.

O que fazemos em qualquer local do globo, reverbera em outro, de uma forma própria, numa linguagem local. O que uma marca faz, no bairro do Brás, no Bom Retiro ou no Agreste nordestino, pode influenciar outra na Itália, em Tóquio, e assim por diante.

Isso nos leva a concluir, que embora o estilo é reflexo de um povo, com suas particularidades, ele, também se esvaiu e se fragmentou pelos quatro cantos da terra. Não há como afirmar se este ou aquele é o estilo certo.Todos estão certos. Ou todos estão errados...

O que de fato deve acontecer - e os profissionais de moda brasileiros não perceberam esse elemento , ainda - é a leitura própria dos acontecimentos sociais locais, que nos estão à volta. Acontecimentos esses, que se insinuam, de uma forma particular, em cada parte. A apropriação desses signos particulares, é o que determina o sucesso ou fracasso do estilo, refletido na roupa.

Chega de sermos copiadores da moda dos outros. Estamos noutro patamar. Essa consciência provinciana (e eu me incluo nela) nos obriga a estarmos sempre atrás dos outros, no que diz respeito a difundir comportamento de consumo e as chamadas macrotendências de moda.

Sejamos um pouco mais espertos, em relação a isso...Afinal a moda não é propriedade de ninguém. Ela pertence a todos....

Fonte: http://textileindustry.ning.com

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