domingo, 30 de maio de 2010

10 lições de vida que você pode aprender com Albert Einstein http://su.pr/2TKZDk

1.Seja curioso. "Não tenho nenhum talento especial. Eu sou apenas apaixonadamente curioso."

2.Perseverança é impagável. "Se eu não sou o mais inteligente, é justo que eu fique com mais problemas."

3.Foco sobre o presente. "Qualquer homem que pode dirigir com segurança ao beijar uma garota bonita não dá ao beijo a atenção que merece."

4.A imaginação é poderosa. "Imaginação é tudo. É a prévia das próximas atrações da vida. A imaginação é mais importante que o conhecimento."

5.Erros. "Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca tentou nada de novo."

6.Viva o momento. "Eu nunca penso no futuro - ele chega muito rápido."

7.Valor Pessoal. "Esforce-se para não ser um sucesso, mas sim para ser útil."

8.Não esperar resultados diferentes. "Insanidade: fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes".

9.Conhecimento vem da experiência. "A informação não é conhecimento. A única fonte de conhecimento é a experiência."

10.Estude as regras para jogar melhor. "Você tem que aprender as regras do jogo. E então jogue melhor do que ninguém."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desobediência Civil.

"Mesmo votar em favor do direito não é fazer coisa alguma por ele. As coisas não mudam; nós é que mudamos." Henry David Thoreau

Querida(o) Amiga(o),

Na esquina da Rua Tuiuti com a Marginal Tietê em São Paulo você encontra uma loja que vende móveis para casas de campo, jardins e afins. À 200 metros da loja você tem a entrada principal do Parque do Piqueri em São Paulo. O parque tem 97 mil metros de área verde onde todos os dias milhares de moradores da zona leste utilizam para energizar as suas mentes e corpos. O parque como todos os espaços públicos desse Brasil tem carência de muitas coisas, falta de tudo, inclusive bancos para você sentar e apreciar a beleza do parque.

Digamos que você acordou hoje afim de ajudar o Parque do Piqueri a aumentar o seu patrimônio público. O que você poderia fazer?

Você poderia simplesmente ir até a loja que fica em frente ao parque, comprar meia dúzia de bancos de jardim e solicitar a sua instalação nas áreas mais necessitadas do Parque do Piqueri. Em poucos dias você mesmo conseguiria perceber e vivenciar o impacto que a sua pequena colaboração teria sobre a alegria dos frequentadores do parque.

Entretanto, você seria preso se tentasse instalar um banco no parque.

Você, civil, não pode fazer nada pelo espaço público sem pedir a benção de algum secretário administrador gerente de diferentes orgãos públicos.

A instalação de um simples banco em um parque da cidade tem que passar por uma comissão de alguma secretaria municipal, que vai levar a solicitação para algum escritório administrativo estadual, que vai pedir dinheiro ao governo federal para daqui a alguns anos executar a idéia e implementar os bancos no Piqueri.

O mais triste de tudo é que o dinheiro que o governo federal libera para as cidades não foi gerado pelo governo federal. O dinheiro foi gerado pelos próprios cidadãos das cidades que tem que pagar impostos e remeter para um orgão centralizador que depois devolve o dinheiro para a cidade que o gerou.

Eu acredito que eu não preciso explicar para você que nessas idas e vindas, entre tantas aprovações, canetadas e caciques envolvidos, a verba vai desaparecendo.

Eu também não preciso te dizer que se o projeto de adição de bancos no Parque do Piqueri fosse realmente importante para alguém, o projeto viraria promessa de campanha de algum candidato a vereador, deputado, senador ou presidente desse país.

Se a obra de ampliação dos bancos no Parque do Piqueri desse Ibope no Big Brother, em alguns anos você veria um grande cartaz fincado no parque dizendo, "Governo Federal banca o projeto dos bancos do parque. Governo Federal, trabalhando por todos. Blá blá blá".

Nós estamos àpenas alguns meses da oportunidade de escolher o próximo presidente do Brasil. Dilma, Serra, Marina, Michel Temer, Ciro, o Bode do Zoológico, o Zé da Borracharia, todos eles são candidatos a presidente.

Qual premissa você vai usar para escolher o seu candidato?

Milhões vão optar pelo bicho que prometer acabar com todos os males das suas vidas.

Milhões vão escolher o candidato que tem plano para acabar com a violência, com o desemprego, com a falta de saúde, educação, moradia, alimentação, crise ambiental e sei lá mais o quê.

Milhões de brasileiros ainda acreditam que a melhor forma de governo é aquela que tem um governo atuante gerando empregos, segurança (de todos os tipos) e licitações públicas.

Por conta disso, o Brasil nunca teve tanta gente procurando emprego público. Os cursinhos para empregos públicos estão lotados. Os livros sobre como conseguir emprego público estão esgotados. O número de candidatos por vaga pública nunca foi tão grande. Milhões de brasileiros estão optando nesse momento por uma maneira segura de viver mamando nas tetas do estado.

Esse Brasil, definitivamente não é o Brasil que eu quero deixar para os meus filhos. Eu não trabalho 24 horas por dia 7 dias por semana para ver um país de cidadãos complacentes a espera de uma solução do presidente, do governador ou do prefeito.

Diferente do que a maioria pensa, eu acredito que "O melhor governo é aquele que menos governa!".

O melhor governo é aquele que intervém menos, limita menos, dita menos leis e obrigações.

Os defensores do poder público estão dizendo nesse momento que o Capitalismo precisa de regulamentação. Mas enquanto somos regulamentados até a alma, quem regulamenta o presidente e o governo?

Quem disse que o governo deveria ter mais poder que a sociedade civil?

Quem disse que o Ministério das Cidades entende mais de leis do que a própria OAB?

Imagine viver em uma sociedade onde você deu poderes a um ser humano ditar as leis que regem a sua vida. Ele é um ser humano, corruptível, sujeito a criar algum tipo de sacanagem para beneficiar a si próprio e os amigos. Essa sociedade é a sociedade em que você vive.

Dias atrás eu estive em Nova Iorque. Nova Iorque é o berço de milhares de idéias que regem hoje a sua vida, idéias que você nem faz idéia que nasceram por lá mas nasceram.

Você, bairrista, torcedor da seleção brasileira de futebol, pode não acreditar em mim, e continuar a achar que vive em um país maravilhoso cheio de idéias brilhantes e seres humanos calientes, mas, infelizmente, depois que terminar a Copa do Mundo, e você guardar a bandeira do Brasil no fundo do ármario; e voltar os olhos para as próximas eleições para presidente, talvez caía alguma ficha na sua cabeça.

O momento mais emocionante da minha viagem a Nova Iorque foi quando passeando pelo Central Park em um dia ensolarado de maio , eu me vi frente a frente com um poster que dizia, "O que nós fariamos sem a sua Doação?".

Nova Iorque é a centro do universo para o país mais poderoso da história da humanidade. O Central Park é o parque central da cidade, famoso em todo o país, teoricamente uma grande oportunidade eleitoreira para o Bush, Obama, Clinton, Giuliani, Bloomberg e todos os outros candidatos falarem que ELES são responsáveis pela sua preservação e desenvolvimento.

Entretanto, a sociedade civil não deixa os políticos usarem o parque como plataforma política. Quem toma conta do Central Park é o cidadão nova iorquino . O Central Park não precisa da boa vontade da Secretaria de Jardins de Nova Iorque para se desenvolver; quem cuida do parque é o Central Park Conservancy.

"O Central Park Conservancy foi fundado em 1980 por um grupo de dedicados líderes filantropos civis. Eles estavam determinados a terminar com o dramático declínio que o Central Park experimentou nos anos 70 e restaurá-lo ao seu esplendor do passado como o principal espaço público dos EUA. Hoje, a missão do Conservatório é restaurar, gerenciar e preservar o Central Pak em parceria com o público para a a alegria das presentes e futuras gerações."

Tudo de bonito que você vê no Central Park é mantido e desenvolvido por PESSOAS e não por fundações ou ONGs que novamente vão se beneficiar de alguma maneira com o marketing da coisa toda. O principal lago do parque, por exemplo, é mantido pela família da Jaqueline Onassis - sem qualquer referência às empresas da sua família. O "Strawberry Fields", um imenso espaço verde dentro parque, é mantido por Yoko Ono em homenagem a John Lennon.

Eu sei, tem que ser herói para viver em um país em desenvolvimento como o Brasil, em uma cidade maluca como São Paulo com seu trânsito caótico, custo de vida alto, competição acirrada, e ainda encontrar tempo para se envolver com uma causa que não gera dinheiro algum para quem se envolve.

Mas, a vida de todos nós será muito mais fácil quando uma quantidade imensa de pessoas levarem suas vidas baseadas nos mais altos padrões de convivência, respeito mútuo e valores morais. Para a cultura das pessoas mudar para melhor nesse país, as pessoas precisam ser expostas diariamente a uma quantidade imensa de exemplos consistentes feitos por milhares de pessoas. Não basta o exemplo do pai, não basta o exemplo de um programa na televisão falando sobre coisas positivas, as pessoas precisam ver perspectiva nas pequenas coisas do seu dia-a-dia; por exemplo, no parque público que elas convivem todos os dias.

Imagine se o Parque do Piqueri fosse residência de milhares de mensagens positivas doadas por milhares de cidadãos que vivem na Zona Leste. O Parque do Piqueri não seria um lugar inspirador para frequentar?
O Central Park em Nova Iorque tem 3,4 km2 de área. É um oásis dentro de Manhattan. Ao contrário do Parque do Piqueri que fecha as 18:00hs, o Central Park não fecha nunca.

Ao contrário do Parque do Piqueri que tem meia dúzia de bancos, o Central Park tem quase 10 mil bancos para você sentar e apreciar a leitura de um bom livro.

Além de muito bem conservados, os bancos do Central Park trazem lindas mensagens gravadas em belas placas de metal escolhidas pelos indivíduos que estão conservando cada banco.

Hoje são quase 3 mil bancos conservados por pessoas que moram na cidade. Filhos compram bancos para homenagear os pais por terem lhe proporcionado uma vida maravilhosa, maridos apaixonados declaram seu amor eterno as suas esposas, centenas de cidadãos comuns compartilham anonimamente mensagens de esperança em bancos que eles mesmo estão bancando com dinheiro do próprio bolso.

Digamos que você more em Nova Iorque e tenha vontade de ajudar o Central Park a aumentar o seu patrimônio público. O que você poderia fazer? Ligar para o Central Park Conservancy, apontar o banco que você quer conservar, dizer onde você quer colocá-lo, ditar a mensagem que deseja imprimir no banco, e pronto, em poucos dias você passa a ser dono de um banco no maior parque público dos EUA.

O "pobrema" todo dessa situação, como diria o cúmpanheiro presidente, é que o paternalismo brasileiro MATA na raiz toda e qualquer iniciativa do indivíduo brasileiro em criar um mercado específico, seguir uma vida alternativa, ser ele mesmo. O paternalismo brasileiro infiltra na cabeça das pessoas um modelo único centralizador ditado por um único partido, por uma única cidade, por uma única igreja e religião, por um único canal de televisão, por uma única novela, por um único livro, MATANDO a criatividade de milhares de brasileiros que estão tentando construir alternativas de Vida.

As eleições e a Copa estão aí. Nada vai mudar. Se alguma coisa vai mudar, ou está mudando, é porque alguns indivíduos desobedientes estão levando pedaços do Brasil para frente.

Seja um deles.
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA.
QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você?
Ricardo Jordão Magalhães
Desobediente!
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BIZREVOLUTION
EU SOU FÃ DO SER HUMANO! E Você?
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domingo, 23 de maio de 2010

Líder, Liderança e Resiliência

A palavra da moda no management internacional é resiliência. E você? Como está nesse quesito?

Todos dão palpites em suas decisões? Você “está líder”, mas se questiona se há algo errado no desempenho do seu papel? Já está pensando em gritar por socorro? Está estressado e a beira de um colapso nervoso? Seus pensamentos recorrentes são: “pare o mundo que eu quero descer” como disse Raul Seixas, ou “desisto, abro mão da posição de líder, rebaixem meu salário, mas quero minha vidinha tranquila de volta”? Calma, provavelmente você nem esteja falhando muito como líder, mas sim no desenvolvimento da liderança. Muito provavelmente você não seja vesgo ao se enxergar corretamente com características de líder. A sua pergunta então é: “Por que não me destaco e nem venço como líder?”. Pois é, muitos têm quase todas as características exigidas para serem classificados como líder, mas não sabem ou não conseguem desempenhar bem o papel de liderança. Se você faz parte ou não desse grupo, recomendo firmemente que se interesse um pouco mais no entendimento da resiliência como competência para melhorar sua performance na liderança.

As mil e uma utilidades de um líder

A função de liderança talvez seja a principal busca da sociedade contemporânea. E por razões óbvias: o destino de uma família, uma empresa, uma comunidade qualquer, de um país, está diretamente associado à capacidade de sua liderança. Hoje, na mídia, são comuns os alardes da importância do líder e, principalmente, quais devem ser suas características. O líder precisa ter resiliência, autodisciplina, energia, foco, visão, responsabilidade, carisma, tolerância ao estresse (por meio da resiliência), poder de síntese, capacidade de assumir riscos, conhecimento, capacidade de aprender sempre, e saber delegar, ouvir, comunicar e ser sensível, empreendedor, eficiente, determinado, automotivado, tolerante, criativo, dinâmico, objetivo etc. A lista é imensa.

A situação se agrava quando buscamos exemplos e modelos a serem seguidos. Há grandes líderes, históricos, hoje reconhecidos como ícones da resiliência. E como essa característica é inata, concluímos que eles a tinham em alta dose. “Naqueles tempos” sabia-se muito, mas não se sabia tudo. Eles eram resilientes e não sabiam.

Hoje temos condições de analisar o comportamento desses grandes líderes e classificar a sua atuação.

- Quando falamos em determinação, tenacidade e resiliência: Gandhi.
- Inovação, capacidade empreendedora e resiliência:. Thomas Edison
- Coragem, obstinação e resiliência: Lawrence da Arábia.
- Estratégia, obstinação e pouca resiliência: Napoleão Bonaparte.
- Capacidade para assumir riscos, comprometimento, foco e resiliência em altíssimo grau: Jesus Cristo, e muitos outros.

Mas onde estão os líderes atuais?

Um líder histórico é mais fácil de ser identificado, pois sua trajetória já foi esmiuçada por muitos estudiosos. Temos de ter filtros para a avaliação dos líderes atuais devido à manipulação dos meios de comunicação - é difícil avaliar o que é real e o que é marketing.

Esse é um dos aspectos que explicam a aproximação do perfil do líder com o de um herói, um personagem histórico, do que com alguém de carne e osso. O fato é que os meios de comunicação mitificam muito o líder, colocam-no como alguém que conduz revoluções, vira a mesa, muda totalmente o rumo da história. E, mais do que isso (e talvez por conta disso), essa é a expectativa geral. A comunidade, a empresa, a família - e até você! - querem o herói, o líder que nunca decepciona que sempre sabe o caminho, que sempre tem uma saída infalível, que faz sempre a escolha certa.

Mas, falando de líderes de hoje, seres “reais”, muito parecidos conosco, lembro de alguns que foram ou são exemplos de:

- Comunicação, luta por igualdade e resiliência: Martin Luther King.
- Perseverança, humildade, comprometimento e resiliência: Nelson Mandela.
- Sonhar, criatividade, empreender e resiliência: Ozires Silva. Sonhava desde pequeno com aviões e criou a Embraer.
- Obstinação, capacidade de enfrentar grandes desafios e resiliência: Maria Silvia Bastos, que foi a líder da Companhia Siderúrgica Nacional, transformando-a em empresa lucrativa e na maior produtora de aço da América Latina.

Há muitos outros, mas finalizo destacando o ícone vivo da resiliência, o Dalai Lama, que não precisa de maiores explicações, não é?

Liderança sempre

Vamos levar em conta nossa realidade atual e apocalíptica: tudo acontece muito rápido, o cotidiano está confuso e cheio de dificuldades, mudanças, caos, incertezas. Esse panorama não é novo, são elementos que sempre existiram, inerentes à história da humanidade. A liderança não é um desafio deste século. Os governos do passado dedicaram muito de seu tempo ao estudo da liderança.Líderes de qualquer época tiveram de enfrentar mudanças e buscar saídas para problemas ocasionados por imprevistos, acidentes da natureza como terremotos, guerras, fome, pestes e revoltas sociais. Talvez o que caiba seja uma atualização sobre os intervalos entre tempestade e bonança. Hoje, o espaço entre esses dois fenômenos é cada vez menor. A máxima, inclusive, poderia ser alterada para: "depois da tempestade, vem a bonança e depois, a tempestade novamente".

O que atesta que os desafios do líder não são novos são os best sellers sobre o assunto, pois não são apenas os modelos de referências que são históricos - veja alguns manuais atemporais, como a Arte da guerra, de Sun Tzu, de cerca de 2.500 anos e O príncipe, de Maquiavel, escrito no século XV. Os dilemas de O príncipe, de Maquiavel, são atualíssimos e a obra chinesa, uma das mais antigas, mostra que os desafios e as buscas são as mesmas dos dias atuais, e ainda persistem as dificuldades. Hoje se fala em ter visão de futuro e da dificuldade em profetizar acontecimentos e armar esquemas de defesa. E a máxima milenar chinesa “é muito difícil profetizar, especialmente em relação ao futuro” continua muito atual.

Liderança é um processo!

Para os que aqui buscam fórmulas, a desilusão: não existe nenhuma! Por mais desconfortante que seja essa afirmação deve ser encarada. Não há química, nem biologia, nem DNA que dê a fórmula de um líder carismático, por exemplo, e de como se processa a sua liderança. As pessoas confiam em um líder carismático independentemente das razões. Esse líder tem uma grande capacidade de comunicação e é impulsionado por uma crença interior muito forte. Sua causa não é questionada e ele faz economia de explicações. Não importa o que aconteça, seus seguidores estarão lá. A lei é: "Se é ele quem diz, eu vou atrás".

Parênteses para os curiosos: esse tipo de líder pode ser muito perigoso, pois há os líderes carismáticos positivos - aqueles que exercem o poder em prol do bem coletivo - e os negativos - os motivados por interesses pessoais. Às vezes as pessoas estão seguindo um líder que está interessado em engrandecimento pessoal, sem controle moral, sem ética. Um exemplo do carismático negativo? Hitler. Quer mais dois? Jim Jones, que em 1978, em JonesTown, levou 900 seguidores ao suicídio coletivo, onde os pais deram veneno para os próprios filhos - 303 crianças morreram - desculpe-me por dar um detalhe mórbido, mas importante para caracterizar a força de um líder carismático negativo. Um exemplo final, em 1993, o líder religioso americano David Koresh, que se intitulava a reencarnação do Senhor Jesus, seduziu os seguidores com a filosofia de que deveriam morrer para depois ressuscitarem das cinzas. Ateou fogo no rancho de madeira onde ficava a seita Branch Davidian e matou 80 pessoas, incluindo 18 crianças.

Tiros pela culatra à parte, esse tipo de liderança, de uma forma mais pura e honesta, é fundamental em qualquer tempo, em qualquer contexto. É o impulsionador de todos os saltos e revoluções que acontecem na humanidade. E é um estilo de liderança que não cabe apenas em grandes cenários, cabe em qualquer lugar. Essa função é necessária no processo de liderança de qualquer sistema, país, grupo, empresa ou família. Se existe crise, o medo e a insegurança se propagam, é preciso a interferência do líder carismático para restabelecer o equilíbrio.

Em períodos de estabilidade, uma empresa pode limitar a condução de seu destino às funções de gestão. Se sua estrutura for adaptada ao ambiente em que opera, o órgão de direção da empresa pode funcionar bem com a administração eficiente, sem precisar reinventar nada. Mas em períodos de turbulência ou em mercados que lidam com elevada complexidade conjuntural, sem líderes com carisma e resilientes, o futuro fica comprometido. A gestão dá as soluções certas aos problemas, responde convenientemente às solicitações, mas a liderança resiliente reformula os problemas e não se limita a responder às solicitações: cria um destino. Mas vai aqui uma palavra de consolo, se o DNA não explica a liderança, sabemos, entretanto, que ela pode ser estudada, treinada e aperfeiçoada.

Até a sociologia explica os ciclos

Os períodos de mudança e estabilidade são cíclicos. A mudança é sempre seguida de estabilidade. Depois, é necessária outra mudança e depois mais outro período de estabilidade. Tudo permeado de resiliência para evitar rupturas.

A resiliência tem de ser uma característica forte no líder uma vez que ele exerce uma função com limites de alto risco: ele olha para frente e para trás, para dentro e para fora, e vê onde e quando é necessária sua atuação. Fora, fazendo as revoluções, ou dentro, fazendo a engrenagem funcionar. Por tudo isso a liderança é mais importante que o líder. Em uma equipe, por exemplo, nos momentos de dúvida e incerteza, o dar sentido a uma realidade não precisa vir só de uma pessoa, a contribuição na liderança oscila, dependendo do problema. Às vezes, de onde menos se espera, vem a sugestão do melhor caminho a seguir.É mais ou menos o que acontece em nosso cérebro. Quando uma decisão é processada, não dá para definir se a liderança foi do córtex, do sistema límbico ou do reptiliano. Na psicanálise, temos o id, ego e o superego. O modelo do processo de liderança que ocorre em sua cabeça, quando você toma decisões, lidera sua vida, é o mesmo. Não há um líder, há liderança.

“Líder que não sabe se comunicar vai se estrumbicar” (Adaptação da famosa frase do Chacrinha)

A ideia de que a liderança é um processo, desencadeia outras perguntas: que processo é esse? Como ele acontece? Aqui vai a síntese da complexa resposta: a corda onde a liderança está equilibrada se chama co-mu-ni-ca-ção. É através dela que você constrói a verdadeira liderança. Com ela e através dela você interpreta a realidade, define prioridades, estabelece regras e, resilientemente, se esforça para influenciar os outros.

Não é por acaso que o poder de influenciar pessoas e a habilidade para se comunicar são lugares-comuns quando se fala em liderança. Antes que você comece a imaginar os discursos inflamados (e motivadores) de Hitler, ou o "Eu tenho um sonho", de Martin Luther King, a relevância da comunicação na liderança pode ser observada em qualquer equipe, seja em uma equipe que discute o destino de milhões de reais, seja em uma equipe de uma micro-empresa, que discute o que comprar de comes e bebes com o dinheiro da “vaquinha” para a festa do final do mês. Em todos os casos há muita negociação, e o líder ainda que discretamente, exerce a sua influência. Eu costumo dizer que: “O bom líder se comunica até com o silêncio”.

Porém, atenção! Se você já se animou, achando que era mais simples do que você imaginava (afinal, quem não sabe se comunicar?), um alerta: a liderança não está exatamente na comunicação. A liderança genuína e eficiente só é construída através da qualidade da comunicação, mas isso é assunto para um livro inteiro, escrito por mestres em comunicação e liderança. Minha praia vem a seguir.

Metáforas para o líder resiliente O milho de pipoca é pequeno. Se não passar por calor intenso continuará pequeno, sem expressão, igual a todos os demais. Porém, quando passam pelo calor, muitos viram pipoca. Algumas são bem maiores e mais bonitas que outras. Outros que passaram pelo mesmo calor transformador, queimam-se e são rejeitados. Não prestam para nada.

Os japoneses são os mestres da arte do bonsai. Plantas frutíferas são mantidas em vaso, e ficam do tamanho que o vaso permite. Elas se adaptam. Têm vida, mas dão frutos muito pequenos. Na maioria das vezes, quando tiradas do vaso e replantadas em um campo mais amplo, elas sofrem no início. A adaptação é difícil. Chega a dar a impressão de que vão morrer. Mas, vencido o desafio, adaptadas e habituadas com as novas condições, elas crescem. Crescem muitas vezes o dobro do tamanho que, por anos a fio tiveram, enquanto estavam no vaso.

Pense nas flores. Plantas da mesma família, quando em um vaso, dão uma pequena quantidade de flores. Em terreno amplo e adequado, ocupam seu espaço e retribuem com muito mais flores. Com os homens isso também acontece. A mudança de vida, um novo e aparentemente insuperável desafio, faz com que cresça. Basta mudar de ambiente e ser mais exigido, que o homem cresce e nem sempre esse desenvolvimento é totalmente indolor.

Toda mudança tira a pessoa da chamada “zona de conforto” e naturalmente isso provoca algum “desconforto”, pelo menos no início. Mas a oportunidade para viver essa nova vida, para demonstrar seu potencial e conquistar um novo espaço, faz com que se desenvolvam suas competências. O homem ao assumir responsabilidades de liderança vai passar por fases de “sofrimento”, pois a vida é feita de opções, escolhas e trocas e cada uma terá seu preço. Uma opção muitas vezes inviabiliza alternativas. Mas vamos nos adaptando. Temos essa característica. Nascemos resilientes. Alguns sortudos são mais resilientes que outros. A resiliência não nos torna impermeáveis as tempestades, nem inatingíveis em crises, nem invulneráveis.

Qualifiquei anteriormente Napoleão Bonaparte como pouco resiliente, pois foi num período de falha dessa característica que perdeu a guerra e seu império. Eu entendo que há apenas dois grandes padrões de liderança (e mais um monte de variações). A liderança autocrática, sem resiliência, onde eu mando em você e não te dou direito de contestar e a democrática onde eu mando em você e vira e mexe você chia, contesta, expõe razões e como sou resiliente mudo de posição e permito até que você mande em mim.Brincadeiras sérias à parte, o líder resiliente sabe que poderá ter sua liderança contestada, por cima e por baixo, por chefes e subordinados, mas ele tem flexibilidade e aguenta a pressão. Ele faz também com que a empresa seja resiliente. Ante a crise de mercado, a empresa sofre, mas se ajusta, entra em prejuízo, mas não vai à falência. Vencida a crise, muitas vezes “renasce” mais forte, uma vez que aprendeu muito e estará mais bem preparada para a eventualidade de novas tormentas.

O líder resiliente não é um super-homem, mas seu grande diferencial é que usa todas as experiências, principalmente as mais difíceis e dolorosas, para crescer e evoluir. Ele aprende com os erros e muda o curso das coisas. Tem flexibilidade para mudar quantas vezes for necessário. Nadando em óleo quente o líder resiliente vira pipoca, enquanto outros se queimam e são descartados como os piruás.

O mundo acaba de passar por uma crise terrível, que teve seu início em um segmento do mercado americano e contaminou todo o mercado financeiro, que por sua vez implodiu a economia mundial. Tivemos exemplos únicos de líderes, empresas e países resilientes, que souberam gerir a crise. Muitos sofreram, vergaram com a força dos ventos, mas não quebraram. Outros, bem, dos outros nem se ouve mais falar, e você, se ainda não é um perfeito resiliente, deve estar cansado de ouvir as mesmas histórias e por isso não vou repeti-las aqui.

O líder resiliente aprende a suportar pressões, sem permitir que deixem marcas profundas. Sabe que o mundo é altamente competitivo, mas é assim para todos e passa a gostar da competição. Descobre que também gosta das calmarias da zona de conforto, mas não tem medo de sair dela. Sabe que nasceu resiliente e por descobrir os benefícios, faz do seu aprimoramento um exercício constante.

E você, já pensou em ter a flexibilidade da mola? Suportar os constantes e grandes impactos que a vida aplica, e ao terminar a pressão, sempre voltar ao normal?

Bom não é?

Mauricio Sita (É um dos precursores no Brasil do tema Resiliência. Publicou vários artigos abordando os diversos aspectos da resiliência, seja pessoal, profissional e até mesmo sobre empresas resilientes. Foi executivo de diversas empresas, entre elas a Minasgás S.A. e a General Electric do Brasil S.A. Tem formação em Psicanálise, Filosofia e Ciências Jurídicas e Sociais).

O artigo foi publicado originalmente no livro Ser + Líder – Os caminhos da liderança na visão de grandes especialistas. HSM Online 3/05/2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O sucesso consiste em não fazer inimigos, (por Max Geringer)

Nas relações humanas no trabalho, existem apenas 3 regras:

Regra número 1: colegas passam, mas inimigos são para sempre. A chance de uma pessoa se lembrar de um favor que você fez a ela vai diminuindo à taxa de 20% ao ano. Cinco anos depois, o favor será esquecido. Não adianta mais cobrar. Mas a chance de alguém se lembrar de uma desfeita se mantém estável, não importa quanto tempo passe. Exemplo: se você estendeu a mão para cumprimentar alguém em 2000 e a pessoa ignorou sua mão estendida, você ainda se lembra disso em 2010.

Regra número 2: A importância de um favor diminui com o tempo, enquanto a importância de uma desfeita aumenta. Favor é como um investimento de curto prazo. Desfeita é como um empréstimo de longo prazo. Um dia, ele será cobrado, e com juros.

Regra número 3: Um colega não é um amigo. Colega é aquela pessoa que, durante algum tempo, parece um amigo. Muitas vezes, até parece o melhor amigo. mas isso só dura até um dos dois mudar de emprego. Amigo é aquela pessoa que liga para perguntar se você está precisando de alguma coisa. Ex-colega que parecia amigo é aquela pessoa que você liga para pedir alguma coisa, e ela manda dizer que no momento não pode atender. Durante sua carreira, uma pessoa normal terá a impressão de que fez um milhão de amigos e apenas meia dúzia de inimigos. Estatisticamente, isso parece ótimo. mas não é. A "Lei da Perversidade Profissional" diz que, no futuro, quando você precisar de ajuda, é provável que quem mais poderá ajudá-lo é exatamente um daqueles poucos inimigos. Portanto, profissionalmente falando, e pensando a longo prazo, o sucesso consiste, principalmente, em evitar fazer inimigos. Porque, por uma infeliz coincidência biológica, os poucos inimigos são exatamente aqueles que tem boa memória.

Max Geringer