sexta-feira, 5 de julho de 2019

Descendo do muro




Tiago 2.14-26
Martinho Lutero, fundador da Reforma Protestante, foi quem se referiu ao livro de Tiago como uma “epístola de palha”. Frustrado por causa dos líderes religiosos que afirmavam que este livro apoiava as ideias equivocadas de que as pessoas poderiam comprar a sua salvação através de doações em dinheiro para a igreja, Lutero proferiu esta frase imprudente. Consumido pelo debate, ele foi além de uma compreensão adequada das Escrituras e rejeitou as declarações de Tiago de que as obras são uma evidência necessária da fé.

Hoje, muitas pessoas fazem mau uso das palavras de Lutero, não compreendendo as circunstâncias por trás delas. A vida de Martinho Lutero foi de dedicação e comportamento casto. Mas seus argumentos e palavras zelosas são, às vezes, tiradas do contexto histórico para servir de desculpa para um estilo de vida indisciplinado. (fonte: O livro de Tiago )

Hoje, lendo a passagem de 05/07/2019 do devocionário do livro Castelo Forte,  o Rev. Adelar Munieweg  explica muito bem a questão: "adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações?" Leia a seguir a transcrição do texto:

Dois rapazes sentados num muro observam a aproximação de uma senhora. Sua aparência é de cansaço. Além do peso das compras no supermercado e do filho nos braços, outra criança agarra-se à sua roupa querendo atenção. Um dos moços diz: “Eu tenho pena da Dona Joana! Quantas dificuldades ela enfrenta desde a morte do seu marido!" O outro nada fala, mas desce do muro, vai ao encontro da Dona Joana e prontifica-se a ajudá-la.

Em sua carta, Tiago destaca a íntima relação entre fé e ação, discurso e prática. A carta nos questiona sobre a fé que temos em Deus e como ela brilha no dia a dia: “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo?” (v. 14).

Nossas ações de amor a Deus e ao próximo sempre serão imperfeitas, pois estão manchadas pelo pecado que habita em nós. A salvação eterna é graça de Deus mediante a fé em Cristo, independentemente das ações (Efésios 2-M). A fé sem ações, contudo, é coisa morta (v. 26).

O Senhor Jesus não ficou “em cima do muro”. Ele desceu dos céus, tornou-se um de nós e fez a maior e a melhor boa ação: deu a sua vida em nosso lugar. Sofreu e morreu na cruz para pagar a culpa dos nossos pecados. Ele venceu morte ao ressuscitar e nos lembra: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25). Em resposta a isso, façamos a diferença na vida de muitas pessoas por meio de ações de amor e fé.

Querido Pai, é mais fácil falar do que agir. Frequentemente ficamos em cima do muro. Perdoa-nos! Fortalece e alimenta a nossa fé por meio da tua Palavra, para que sejamos sal da terra e luz neste mundo! Em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador. Amém.