quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Sem treino não se ganha jogo


O icônico general Patton dizia a todo o instante que “quanto mais você sua nos treinamentos, menos sangra no campo de batalha”, exigindo de seus soldados níveis de desempenho que nem eles sabiam que possuíam. Hoje em dia, todo o esporte competitivo tem mais horas de treino do que jogando realmente. E pelo que se observa, cada vez mais os treinos tendem a ser mais duros do que o próprio jogo. Bernardinho, o nosso famoso técnico de vôlei, é adepto deste pensamento. Em sua filosofia de preparação acredita que a vontade de se preparar tem que ser maior que a vontade de vencer, pois vencer será consequência da boa preparação. Hoje isso já é verdade nos esportes e nas ações militares e policiais de elite, por exemplo.

Nas empresas, em geral, parece que vale o oposto. Passamos mais horas jogando, sem tempo para treinar. Parece que se treinar você está perdendo tempo. Na pratica, isso se confirma por alguns pontos que se observa. Por exemplo, o caso de um vendedor que diz que não esta vendendo e o gerente pede a ele que intensifique mais as visitas e contatos. Algo como, no futebol, sendo um técnico de um time que já esta perdendo de 3 gols de diferença, pedimos aos jogadores que continuem com a mesma tática, sem realizar nenhuma substituição de jogadores e sem gritar novas ordens no gramado. Continuar com mais força algo que já não está dando resultado há alguns meses faz com que só se encontre mais a região da baixa performance. Vamos intensificar o que não está dando certo? É esta a mensagem? Schonberger diz que “os custos de treinamento são pequenos comparados com os custos que decorrem da tentativa de evitar o treinamento”. Hoje, quais custos a sua empresa prefere adotar? Hoje, você como profissional, quais custos prefere adotar? Você prefere treinar uma equipe de dez pessoas ou fazer o trabalho de dez pessoas?

Aqui existem dois pontos relevantes. Um é saber que você não sabe e o outro é desejar fazer o diferente. Saber o que não sabe é você ter consciência de que os procedimentos, hábitos, rituais, maneiras, processos e atitudes que executas com tanto cuidado, pode não estar mais dando certo. Quando você descobre isso, é o primeiro passo para aceitar algo diferente. Já, desejar fazer diferente é outro passo, que exige disciplina rigorosa, que normalmente é a causa de muitas frustrações por projetos e sonhos abandonados no meio do caminho. Normalmente as empresas tem faíscas de treino, quando fazem os tradicionais encontros de planejamento ao final do ano. O que se observa é um grupo bastante interessado em fazer diferente desde que concordem com o jeito de como as coisas são aqui feitas ou como o mercado diz que deve ser. Vamos crescer 30% este ano? “Não, o mercado está crescendo apenas 3% e muitos concorrentes estão caindo. Portanto, 30% é impossível”, costuma ter um que diz isso. Em futebol seria como, você tivesse feito 1 X 0 e pensasse que esta bom pois todos os demais times estão ganhando de 1 X 0, mesmo tendo diversas chances de fazer diferente, superar o adversário e dar uma goleada. Devemos pensar apenas por nós e depois encaixar a estratégia toda no mercado, vendo como podemos fazer isso, na realidade do momento. E não o contrário, ver o que a mídia está dizendo e disso fazer uma verdade para limitar o nosso planejamento. O desafio está em primeiro pensar nos seus objetivos, alinhar recursos, treinar e ir encaixando por fases a estratégia no mercado, se adaptando as respostas que o mercado vai dando.

Sem treino não se ganha o jogo é um convite para ter momentos de reflexão estratégica ao longo de todo o ano e não em um só momento a cada final de ano. É querer que nestes encontros todos venham preparados e conscientes que queremos crescer muito no mercado, mais do que os concorrentes e, possivelmente, vamos fazer coisas que nunca antes foram feitas em nosso mercado. É saber que o planejamento é o nosso grande momento de treino, pois visualizamos todo o cenário de curto prazo que está a nossa frente e sabemos como iremos jogar o jogo. Este ensaio mental é o treino. Isso faz a diferença. Mas, para realmente impactar, servindo de intervenção estratégica e não apenas melhoria contínua, estes momentos devem ser mensais, frequentes. Um dia ou no mínimo um turno por mês para a equipe de lideres se preparar e discutir estratégia de alto nível. Esse é o caminho das pedras dos maiores resultados.

Se sua empresa não estiver mais dando o resultado que deseja é hora de parar o que está fazendo e reavaliar a estratégia. Treinar um pouco e ensaiar um novo tipo e ritmo de jogar. Ser rápido nesse aspecto. Tiger Woods dizia que “quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho”. Espero que seja um ano de sorte para você.

Boas Vendas

Autor: Gustavo Campos
Coach comercial e Publisher do Pensador Mercadológico
Fonte: http://www.pensadormercadologico.com.br

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Macacos com smartphones: A evolução moral não acompanha o progresso tecnológico



A série “Black Mirror”, da Netflix, (Assista ao trailer clicando AQUI) é uma das mais impactantes que já vi. Coloca um espelho diante do telespectador, que mostra lá dentro de sua alma, seu lado sombrio, sua “natureza humana”. E se tem um tema que os conservadores prezam e parecem estar cobertos de razão, este é o abismo que separa o progresso tecnológico da evolução moral. Não andam pari passu, e por mais que os liberais demonstrem um otimismo com nossa espécie, o fato persiste: nossa natureza humana é relativamente imutável ao longo dos séculos.

Não quer dizer que o mundo hoje seja o mesmo de sempre, e que a humanidade nada aprenda com o tempo. Mas aprendemos com a História que pouco se aprende com a História. E se tragédias gregas continuam atuais, se Shakespeare continua atual, então é porque toda essa conquista tecnológica não foi capaz de alterar o animal homem em sua essência.

Há vários relatos mais otimistas, como os de Steven Pinker, os de Matt Ridley, os de Benjamin Friedman, os de Deirdre McCloskey e tantos outros, que mostram como a humanidade melhorou com o tempo, o capitalismo, o advento da burguesia etc. Tudo isso é verdade em certo sentido, mas o liberal que endossa a tese de um progresso moral inequívoco, inexorável e inevitável, como se o Iluminismo fosse uma linha reta rumo ao “paraíso”, padece de lamentável ingenuidade infantil.

É nessa hora que o casamento com conservadores mais pessimistas (ou realistas?) pode ser saudável. Um Roger Scruton defendendo as vantagens do pessimismo, um John Gray espetando a besta selvagem que nos habita, um Joseph Conrad mostrando “o horror, o horror” que pode tomar conta de nós no menor sinal de suspensão da civilização, que teria pilares mais frágeis do que gostaríamos de crer.

E é nesse contexto que aprecio “Black Mirror”, apesar (ou justamente por conta) de seus episódios tão angustiantes. Eles retratam algo que está dentro de nós e preferimos ignorar, para tornar a vida mais suportável. E a combinação desse avanço tecnológico todo com o macaco que existe em nós pode ser explosiva, mesmo fatal, como quase foi na época da tensão nuclear (que serviu como pano de fundo para vários livros e distopias, como Um Cântico para Leibowitz de Walter Miller, que estou lendo).

Esse foi o tema da coluna de João Pereira Coutinho na Folha hoje. Eis alguns trechos:

O líder, em rigor, já não lidera; ele é liderado pelas massas. E, se assim é, haverá ainda lugar para conceitos arcaicos como “dignidade”, “independência intelectual” ou “coragem” para ser impopular?
“Black Mirror” é feito dessas perguntas. E de outras, que já podemos intuir em 2017. Devemos ter direito ao esquecimento e à privacidade das nossas memórias? Ou será preferível ter acesso permanente ao passado –acesso visual, detalhado, partilhável, como se a existência fosse um filme facilmente rebobinável?

E a morte? Sim, nenhuma civilização temeu tanto a morte como a nossa. Mas será desejável que os nossos mortos possam ser “ressuscitados” pela tecnologia em simulacros de voz e corpo que nos poupam as dores do luto? E se um dia a forma como somos avaliados no Facebook transbordar para a vida cotidiana? Até onde estaremos dispostos a ir para receber mais “likes” e subir na hierarquia social?

Todas essas demandas convidam a uma reflexão inversa. Um político que é escravo da opinião popular pode facilmente transformar-se em simples marionete dos piores instintos da maioria. O esquecimento e a privacidade são a última barreira que nos protege da destruição e da autodestruição. O luto não é apenas feito de dor e sofrimento; é uma pausa necessária para reencontrar sentido e reconciliação depois do naufrágio.

E a obrigação de sermos permanentemente alegres e felizes para subir na hierarquia dos “likes” é uma forma de tortura. Não por excluir a infelicidade (isso é impossível); mas apenas a expressão pública dessa infelicidade. Como acontece em regimes totalitários.

A maior proeza de “Black Mirror” está na forma como mostra duas realidades contrastantes, que os fanáticos da tecnologia são incapazes de vislumbrar: de um lado, a fluidez amoral da criação tecnológica; do outro, a permanência da natureza humana. Podemos imaginar um mundo de mil possibilidades técnicas; mas o “software” de que somos feitos –sentimentos primitivos como o medo, a inveja, o ciúme, a vergonha– não se altera com uma simples mudança de cenário. Macacos com melhores smartphones nunca deixarão de ser macacos. Apenas se tornam mais patéticos ou mais perigosos.

Meu lado liberal otimista aponta para um futuro melhor, em que toda essa tecnologia servirá para tornar a vida do homem na Terra mais confortável, melhor. Meu lado conservador pessimista alerta para os perigos de tanta tecnologia nas mãos de um ser bestial e sem tanta ética, que poderá usar esse aparato todo para tentar driblar a própria natureza humana, sempre com efeitos nefastos. Um equilíbrio entre ambos se faz necessário, em minha humilde opinião.

Rodrigo Constantino

Fonte: http://rodrigoconstantino.com

domingo, 1 de janeiro de 2017

Pomar em espaço público no Recife (PE)

Neste 01 de janeiro de 2017, muitos ainda estão tentando recuperar-se de uma noitada de festividades, regada à muita comida e bebida. Outros que não tiveram esse privilégio, seguem sua rotina, cada um fazendo seu papel nesse imenso palco da vida.

Hoje meus pensamentos dominantes foram para uma singela realização que minha esposa Valmira eu fizemos. Tudo começou com uma despretensiosa aquisição de Valmira, de uma planta que o vendedor garantiu que poderia se transformar num lindo Bonsai. Era uma acerola.

Levamo-la para casa e ela cuidou muito bem da planta. Só que o vendedor não ensinou as técnicas do Bonsai e não tivemos interesse em adquirir o conhecimento e a planta foi crescendo. Óbvio que ela não poderia continuar "morando" lá em casa.

Decidimos transplanta-la para um terreno público, que fica à beira do canal do Setúbal, em Boa Viagem, no Recife. Veja as imagens do lugar e da planta, no vídeo a seguir:



Como puderam ver, este arbusto da família das malpighiáceas, quem tem origem nas Antilhas, América Central e norte da América do Sul, graças a Deus desenvolveu-se bem neste local. Quais foram os cuidados que requereu? Somente água, algum combate às formigas e só.

Recententemente plantamos também Jambo e Abacate. Naquele espaço já tem coqueiros e manga. A árvore predominante no local é a amendoeira. Alguns moradores da região plantaram algumas arvores ou arbustos, mas nenhum ainda havia plantado árvores frutíferas.