quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cronologia da impunidade


Por vezes, os órgãos de segurança são criticados por não atenderem as expectativas da sociedade. Não raro nestas ocasiões, as críticas mais contundentes são direcionadas à Polícia Militar, por ser ela o elo mais visível da segurança pública. Por estarmos mais próximos do cidadão, e por sermos PMs em tempo integral, não nos furtamos em agir. No entanto, em nosso país, Estado e cidade, a impunidade no enfrentamento ao crime impõe a nós, policiais, e aos cidadãos de bem, derrotas que nos fazem desacreditar da justiça.

Feita esta introdução, o leitor poderá entender nossa indignação e desânimo ante o fato ocorrido sexta-feira passada.

10h, Rua Curt Hering, Centro de Blumenau: o coronel PM Álvaro, em horário de folga e desarmado, estava com a esposa fazendo compras, quando vê um suspeito tentando furtar uma motocicleta estacionada. Neste momento, o dono da moto chega e entra em luta corporal com o criminoso, tentando impedir o furto. O coronel corre em auxílio e envolve-se na luta, dominando o ladrão com ajuda da vítima.
10h20min: guarnições da PM chegam ao local, identificam o criminoso e o conduzem à Central de Polícia Civil.
15h: o criminoso é encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau.
19h: o diretor do presídio recebe alvará de soltura, relaxando a prisão em flagrante.
20h: o criminoso é solto.

E quem é o criminoso? Ele tem 20 anos e passagens por porte e uso de drogas. É autor de lesões corporais contra morador do antigo abrigo da Rua Capitão Santos, Distrito do Garcia. É “suspeito” (nós, policiais, temos certeza) de roubos a adolescentes e mulheres na Alameda Rio Branco, em março e abril. Junto com dois comparsas, tem praticado furtos de motocicletas. Os três fazem parte de uma facção criminosa que busca dominar o tráfico de drogas na cidade, bem como impor sua força no interior dos presídios catarinenses.

Onde ele se encontra agora? Solto. Roubando, traficando e ameaçando vidas!

CLÁUDIO ROBERTO KOGLIN|COMANDANTE DO 10º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR
Fonte: http://www.clicrbs.com.br

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