quarta-feira, 18 de abril de 2012

Entenda a Relação Entre Moda e Autoafirmação


Você está andando na rua quando vê aquela blusa que tal artista usou na novela. Sem pensar duas vezes, você entra na loja, compra e se sente satisfeita. No entanto, ao passar uma estação, aquela peça já não lhe agrada mais e já está fora de moda. É então que você percebe que precisa de outra nova peça que esteja sendo exposta nas vitrines. E o ciclo começa mais uma vez. Até que ponto o consumo pode realmente te trazer felicidade?

O SRZD conversou com o psicólogo João Oliveira, mestre em cognição e linguagem, que explicou a relação do consumo da moda com o psíquico.

O especialista explica que estar na moda é uma forma de autoafirmação. Seja por carência, baixa autoestima ou outros fatores, as pessoas se sentem mais poderosas por estarem seguindo tendências atuais. "Tentar seguir a moda é a mesma coisa que competir com o tempo: sempre haverá alguém mais bonito, mais inteligente e mais novo. É uma tarefa árdua e cansativa, além de onerosa", pontua João.

E se seguir a moda é uma autoafirmação, estes laços se estreitam quando o assunto é mulher. O sexo feminino, por viver e ter um histórico de sociedade machista, precisa provar o seu poder e status social. "A roupa funciona como um cartão de apresentação, ou melhor, como um outdoor, que diz, de longe, quem está chegando perto de nós".

Por causa deste aspecto, muitas vezes podemos observar uma pessoa mais tímida vestindo uma roupa mais provocante. João destaca que nestes casos "pode se tratar de uma tentativa de superação de querer mostrar que, mesmo sem palavras, ele é alguém na multidão".

Com o rompimento desta ideia de que o jeito que um indivíduo se veste determina sua personalidade, João salienta que, no entanto, uma comunicação assertiva existe e pode ser definida pelas vestimentas das pessoas. Este tipo de comunicação se divide em três:

Visuais: "Uma pessoa que tem como canal sensorial preferencial a visão estará sempre bem vestida e com as cores combinando. Pode usar pulseiras, brincos, colares e sempre estará 'alinhada' em qualquer situação. Grifes e marcas são importantes para os visuais".

Sinestésicos: "Não se preocupam de forma alguma com a roupa. Estão sempre confortáveis e vestindo qualquer coisa que lhe veio à mão primeiro. As roupas têm de ser macias, confortáveis e fáceis de vestir e tirar. Nada muito complicado. Podem usar acessórios mas nada que pese ou incomode".

Auditivos: "Estão sempre vestindo o básico do básico. Alinhados, porém não extravagantes. Não chamam a atenção, mas se você olhar bem, verá que as roupas são sempre retas e de poucas cores. Arrumadinhos quase elegantes mas nunca na moda".

Estas definições podem "elaborar toda uma estratégia de abordagem dentro do universo de cada um".





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