terça-feira, 14 de julho de 2020

João Kepler: Entusiasta do Empreendedorismo.

João Kepler, 50 anos, nascido em Macapá (AP) e criado em Belém (PA) é filho de paraibanos que foram empreendedores durante toda a vida. Jamais foram empregados. Embora o padrão de vida da família fosse bom, Kepler não ganhava "mesada". Seu pai dizia que não queria facilitar a vida de João. "Ele não queria que as coisas fossem fáceis para mim. Ele dizia que a vida era um grande rio e que eu deveria me virar para buscar os peixes". Porém, o pai não o ensinou uma das técnicas da pescaria, que é aquela em se exige paciência do pescador.

Aos 11 anos já vendia objetos usados na escola e em casa. Com 16 anos, montou uma empresa que produzia e vendia software para clínicas e consultórios médicos em Belém do Pará. Irrequieto, largou tudo e foi estudar nos Estados Unidos. Retorno ao Brasil após três anos, fixando residência em Maceió (AL). Trabalhou um tempo na iniciativa privada mas logo sua "veia" empreendedora o levou a criar em 2006, a Credix, uma operadora de cartão de crédito que chegou a ter 300 mil clientes. No entanto, foi um empreendimento que não durou muito, pois o deslumbramento com o dinheiro fácil o levou a gastar demais, acreditando naquele momento, que o sucesso vinha antes do trabalho. Em 2007 encerrou a operação depois de ter comprometido o fluxo de caixa.

O tempo que passou na Credix fortaleceu seu networking na área de eventos e isso, junto com os contatos que tinha adquirido, o motivou a criar em 2008 a empresa Show de Ingressos. Atualmente é um hiper ativo Investidor Anjo no Brasil (que é quem faz investimentos com seu próprio capital em empresas nascentes com um alto potencial de crescimento, como as startups). É sócio da empresa Bossanova e desde 2015, o fundo de investimentos Bossa Nova já injetou mais de R$ 50 milhões em 354 startups. A meta é alcançar mil companhias até 2020. Kepler e o sócio Pierre Schurmann têm uma participação societária nessas empresas em torno de 8,5%. A inspiração para operar dessa forma vem do fundo americano SV Angel, conhecido como “o padrinho das startups”. Fundado em 2009, o fundo investe entre US$ 25 mil e US$ 100 mil em mais de 600 empresas.

A Bossa Nova recebe aportes do grupo financeiro BMG e os investimentos obtidos chegam a R$ 100 milhões. O grupo mineiro tem uma participação minoritária na empresa de Kepler e Pierre. Eles acreditam em encontrar o primeiro "unicórnio" como são conhecidas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão e “Isso pagaria todo o investimento ”, diz Kepler. O empresário prevê que a cada mil startups aportadas, pelo menos uma se torne bilionária.

Conforme a revista Isto É Dinheiro, a estratégia da dupla para chegar a marca de 1.000 startups é internacionalizar os investimentos. O alvo preferido no exterior são os EUA. Dos quase 650 negócios que faltam ser fechados para que a Bossa Nova alcance seu objetivo, a expectativa é de que cerca de 250 aportes sejam feitos por lá. Outro país na mira é Portugal, onde a companhia já fincou os pés com, pelo menos, um investimento – o nome da startup não foi revelado. O mercado asiático é outro que está sendo estudado. Assim como a música, o dinheiro brasileiro também dá mostras que pode ser querido no mundo todo.

Kepler é um entusiasta do empreendedorismo, acreditando que é a melhor escolha para o desenvolvimento econômico de qualquer país. No entanto, avalia que é necessário que se crie uma cultura empreendedora. Por isso  a importância de disseminar esse conceito nas escolas e também no ambiente familiar.

Embora a família toda, começando com os pais e se estendendo ao filhos, sejam empreendedores, João Kepler diz que não pressiona seus filhos para que tenham seus próprios negócios: "O essencial é que eles estejam focados no trabalho, não no emprego. Quando alguém perde o emprego, fica sem chão. Mas quando o pensamento está no trabalho, a pessoa sempre vai correr atrás. Mas o mais importante, para mim, é que eles sejam felizes. Não importa como."

Numa entrevista que Kepler concedeu recentemente ele disse que "os empregos considerados formais estão diminuindo, tanto no serviço público como na iniciativa privada. Vejo que haverá cada vez menos espaço no mercado para quem se prepara exclusivamente pensando em ter o seu salário fixo no fim do mês, com carteira assinada e uma suposta estabilidade. Isso me parece irreversível. Daí a lógica que eu insisto que devemos seguir: de preparar os nossos filhos para o mundo, e não querer mudar o mundo para eles."

"É preciso mostrar que a felicidade só é possível com esforço." João Kepler

Fonte: http://agenteinveste.com.br/?p=2143

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