Ela surge na sociedade ocidental como uma forma de diferenciar classes dominantes e dominadas, na época em que as relações de poder se organizavam em torno das cortes frequentadas pela elite e servidas pelos plebeus. Circulavam em um grupo restrito as novas manias, novas excentricidades, novos gostos e, consequentemente, as novas modas, e a medida que eram disseminadas e imitadas, perdiam força e estimulavam a invenção de novas modas.
A moda também pode ser analisada como um reflexo das mudanças do comportamento. A moda funciona como uma forma de retrato da sociedade, é uma linguagem não verbal que exprime significados.
A maneira mais direta de se compreender o significado da moda e o que ela representa é por meio das roupas, que fazem parte do nosso cotidiano e representam bem o que estamos discutindo. O atual significado da moda está embutido em cada peça que vestimos, que por sua vez, tem um significado (ou vários significados), embora no dia a dia não façamos essa análise de forma consciente do look de uma pessoa.
E, neste sentido, segundo Lauwaert (2006), “o vestuário não é um meio de representação, mas um meio de apresentação. O vestuário não define, ele posiciona. É pragmático, não é semântico. O vestuário não mente, mas irrevogavelmente denuncia você”.
Camiseta T-shirt ou tipo “Hering”/ Reprodução |
Você poderá ainda ser rotulado de desleixado(a) e sem vaidade, ou de alguém com uma vida muito agitada que mal tem tempo de pensar em roupas e produções mais sofisticadas. E as qualificações que podem ser atribuídas a você tenderão ao infinito como tendem as formas de usar essa camiseta de meia malha branca.
Mas, é importante lembrar, que a camiseta em si, mesmo com tantos significados, não pode ser analisada isoladamente. Ela precisa de um corpo (o seu), de outras peças de roupa e acessórios para compor o visual, bem como precisa da sua atitude diante dos que o(a) cercam.
É necessário ainda considerar que dependendo do contexto, a camisa básica pode ser considerada extremamente “fashion”. Mas se todo mundo começar a usá-la da mesma maneira, parte do glamour se vai porque todo mundo tem, independente de gosto, classe social, renda, tribo, etc. E voltamos à discussão da distinção e do pertencimento.
Por Maria Alice Rocha
Doutora (Phd) em Design de Moda
Fontes:
Barnard, M. (2002) Fashion as Communication. London: Routledge
Lauwaert, D. (2006) Morality and Fashion. In: Brand, J. & Teunissen, J. The Power of Fashion: about design and meaning. Terra ArtEZ Press
http://www.audaces.com/br
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