domingo, 20 de janeiro de 2013

Catarses de começo de ano

As verdades são múltiplas e a minha verdade não é a VERDADE, nem é a Verdade. À medida que envelheço mais difícil fica abrir mão de meus princípios e ideias, e de modo geral isso deve ser corrigido: devo ter mais aceitação e calçar mais o chinelo alheio e ser menos intransigente.

Também há que ficar alerta com as TRANSIGÊNCIAS: Há áreas onde não posso abrir mão. Não posso aceitar a desonestidade sob nenhuma guisa. Não posso aceitar propostas que violem esse princípio, especialmente ao chegar ao ultimo 1/3 de minha vida - e isso tem me custado muitas perdas de negócios. Também há certos valores familiares que não gostaria de perder. “A senhora”, o “Senhor”, evitar a maledicência, tentar viver com o “sim, sim” e o “não, não” Paulino. Sim tempos estão se cambiando e por vezes me sinto anacrônico como a Barca “Vital Brasil” ou “Paquetá” que mesmo velhinhas seguem cruzando a Bahia de Guanabara Rio-Niterói-Rio - ad infinitum.

Também sou complicado: Gosto de calor, mas guardo distancia. Aprendi a duras penas que (lamentavelmente), via de regra, se acerta um maior numero de vezes julgando-se alguém pelo lado negativo. Isso é terrível, me faz sentir mal comigo mesmo, e quando o humanismo e otimismo falam mais alto – geralmente “quebro a cara”. Pequenas coisas me irritam: Não gosto do tratamento “Cara” ou “meu”. Nem com os pouquíssimos mais íntimos. Há uns anos atrás perdi um amigo de décadas: Perguntou-me “como vai a sua Gaúcha”. Vá a PQP, ele bem sabia que Dona Silvia é a minha esposa e o seu local de nascimento pode ser interessante a ele, a jogadores de futebol e afins, mas para mim isso é inconsequente. Gostaria de minha mulher nascida ate em Teresina ou no Crato.

Também não gosto dessa mentalidade machista tipo: Mulher de amigo meu para mim é homem- “só como a...” Acho isso simplesmente nojento, falso e inaceitável. Não gosto de muita agarração entre amigos e amigas: Já vi isso terminar em cama muitas vezes. Não gosto de “negócios bons para todo mundo”. Atrás disso geralmente vem sujeira.

 Longe de ser puritano não gosto de ABUSAR de xingamento e dos que se babam a inferir temas com conotações sexuais. Nunca me ofenderia por um “merda”, um “porra”, um PQP, usado na hora e momento certo, pela pessoa certa, na medida certa. Ha um cânion de diferença entre um expletivo forte e vulgaridade.

Gosto daqueles que têm mancômetro, que respeitam e que tem uma lucida visão de limites e demarcações. Gosto do simples, mas detesto o vulgar. Gosto do sofisticado, mas detesto o afetado. Gosto do “mais”, mas ainda mais do “menos”. Sou opiniático, e isso tem me custado muito:

Detesto os vaselinas, os muristas, Gersistas e outros cuidadosos em opinar o politicamente correto. Sim faço cagadas frequentemente, mas sou humilde para escutar o outro lado – AINDA QUE ALGUMAS VEZES isso demore muito. Tenho que usar um catalizador nessa área. Guardo na minha memoria elefantinho coisas pequenas, lixo mental cuidadosamente apontado, registrado - para dar depois, na hora certa, dar um tiro de franco atirador. Isso é pequenez que TEM que ser jogada no lixo - nesse ano ainda.

Ah, passam-se os anos, pensamos que aprendemos tanto e há tantas coisas a ser aprendidas. Talvez eu devesse ser Hindu ou Espiritualista, pois o conceito de reencarnação me ajudaria ter menos pressa na vida.

Enfim tenho tantas coisas a consertar, a ajustar, a modificar que acho que não mais haverá tempo. Sim tenho as minhas muitas transgressões e limitações, mas o consolo é que dentre elas nunca tive problemas pelo menos com duas. São elas LEALDADE e GRATIDÃO.  E esses dons, graças a Deus, eu ainda os tenho. Finalizo essa, agradecendo a uns poucos amigos mais chegados: Obrigado pela paciência de me tolerar.

Fonte: http://textileindustry.ning.com

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