terça-feira, 13 de setembro de 2011

O amor sempre circula numa via de duas mãos


O que é o amor? Uma atração? Um sentimento? Uma sensação agradável? Um excitamento? Um tesão?

Não, o amor é uma arte!... Ele deve ser encarado como as outras artes: a arte de viver, a música, a pintura, a escultura, a marcenaria, a medicina, a engenharia, etc.

Quase todos dizem que amar é fácil, todavia esquecem que é preciso aprender a amar como se aprende qualquer outra arte...

Se amar fosse realmente fácil, não haveria tantos casamentos destroçados, tantas amizades episódicas, que começam com expectativas e esperanças tão enormes e fracassam tão subitamente e com tamanha freqüência.

Aprender o amor é estudar profundamente o conhecimento da sua teoria e exercitar com esforço a sua prática. Depois de se conhecer o amor, é preciso treinar com denodo para se aperfeiçoar na Arte de Amar.

O amor pode assumir várias formas: amor à humanidade ou ao próximo, amizade, amor fraternal, amor materno, amor conjugal ou erótico, amor próprio e amor a Deus. Porém, existem elementos básicos que são comuns ao pleno êxito de todas as formas de amor, a saber: a doação, o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

A mais elevada potência da expressão do amor é a doação, ou seja, o ato de dar. Como dizia Spinoza: “Dar é mais alegre do que receber, não por ser uma privação, mas porque, no ato de dar, encontra-se a expressão de minha vitalidade”.

Quando se leva alguma coisa à vida de outra pessoa, isso que incrementa a vida se reflete de volta no doador. Erich Fromm enfatiza: “No ato de dar, algo nasce, e ambas as pessoas envolvidas são gratas pela vida que para ambas nasceu”. O amor é uma força que produz amor. Contudo, quando o ato de dar amor não encontra um reflexo, isto é, não retorna ao doador, ele pode produzir infelicidade, como diz Karl Marx: “Se amais sem atrair amor, isto é, se vosso amor é tal que não produz amor, se através de uma expressão de vida como pessoa amante não fazeis de vós mesmos uma pessoa amada, então vosso amor é impotente, é um infortúnio”. É como diz Rumi, grande poeta e místico muçulmano: “Nunca, em verdade, procura o amante sem ser buscado pelo ente amado... Nenhum som de palmas vem de uma só mão sem a outra mão”.

Portanto, o amor sempre circula numa via de duas mãos, em dois sentidos, simultaneamente, e não numa via de mão única. Ele espera ser correspondido, de alguma forma. Neste aspecto, até o amor de Deus pelo ser humano, individualmente, não é incondicional, porque conforme dizem as escrituras cristãs: “todo o pecado é perdoado ao homem, menos o pecado contra o Espírito Santo”, que é a falta de resposta do indivíduo aos apelos de Deus.

O amor exige cuidado, que é uma preocupação ativa constante pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde não existe esta preocupação, também, não existe amor. Amor e trabalho andam juntos. É preciso trabalhar por aquilo que se ama, porque só se ama aquilo por que se trabalha.

Fonte: http://kabiakashodo.blogspot.com

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