terça-feira, 18 de dezembro de 2012

NATAL



A época de Natal desperta em todos nós um clima festivo, acendendo em nosso interior sentimentos de generosidade e desejos de paz duradoura. É verdade que, tão antigo quanto este sonho de paz, são as escaramuças que ainda reinam entre homens e entre povos.

Verdade também que uma certa mercantilização do evento, que lembra o nascimento de Cristo, às vezes nos deixa um pouco chocados. Lembremos, entretanto, de um dos símbolos mais bonitos e ricos desta festa cristã: o pinheirinho.

Com sua forma piramidal sempre buscando o alto, o céu, a virtude; o seu verde simbolizando a persistência e a esperança, tanto no inverno das incertezas quanto no calor dos sucessos, às vezes tão passageiros.

Quiséramos também nós, pessoas de todos os credos, idades, raças e gêneros, aprender a julgar com mais equilíbrio o próximo, tantas vezes aceito ou rejeitado simplesmente pelas aparências!

Quantos sãos os que já nos impressionaram reclamando inconsequentemente de suas vidas, quando tantos enfermos nos surpreendem resistindo à custa de sua fé! E o rico com a pobreza em sua alma, e o pobre, dono de imensa riqueza interior! E o que se diz forte recuando ao menor perigo, quando o aparentemente frágil resiste corajosamente, sem esmorecer, aos piores desafios!

E o que se nos afigurava belo, mostra às vezes não possuir beleza, quando o que aparentava ser feio demonstra, de repente, ter um caráter excepcional! Quantos jovens de personalidade marcante e quantos velhos sem esperança! Mas, também, quantos idosos jovens e dinâmicos, contrastando com pobres jovens idosos, derrotados pela vida antes de sequer iniciá-la!

Quantas pessoas a propagar bons princípios, sem agir, e quantas que, sem enaltecerem suas virtudes, exercitam-nas a toda hora! Não precisamos olhar ao longe, muitas delas estão bem perto de nós!

Quantos próximos que nos foram distantes em horas difíceis, quando os distantes, de quem nada esperávamos, nos foram próximos! Quantos inimigos leais que nos ensinaram, quando amigos nos decepcionaram!

Existe um certo “comércio” do Natal? Sim, ele existe, mas será mesmo tão nocivo quanto alardeamos? Que preço tem o sorriso de uma criança ao receber um presente? Quantas pessoas põe uma comida melhor à mesa em vista das rendas extras que o Natal lhes propicia? Não é maravilhoso existir uma época em que nossos corações se enchem de bondade, época em que podemos abraçar mais longamente nossos mais próximos, e, seja com risos, seja com lágrimas, adubar as relações com aqueles que nos são mais caros?

Analisada na essência, nossa vida toda, de alguma forma não é um comércio? Nem sempre movido a dinheiro talvez; tantas vezes movido a vaidades, orgulhos, prejulgamentos, mas, outras tantas, também de boas ações, exemplos, apoios, gratidão e afeto?

Que saibamos aceitar, a partir deste Natal, que nem sempre o que achamos justo é a Justiça; que nem sempre o que entendemos verdadeiro é a verdade, nem sempre a forma como amamos é o verdadeiro Amor, e que qualquer ato nosso por melhoras é um passo para a redenção!

Que saibamos ver em cada pessoa o lado bom, corrigirmos em nós os nossos erros e fraquezas antes de simplesmente apontarmos as limitações e as fraquezas alheias! Que o maior presente que recebamos neste Natal seja o de uma mudança nascida dentro de nós mesmos!

Que saibamos vestir, em pensamento, o exemplo e o verde do pinheiro, trabalhando para aperfeiçoar nossa fé, nossa persistência e nossa esperança num mundo melhor. Se isto acontecer, desnecessário discutirmos se o Natal é apenas comércio ou se deveria ser tão somente reflexão. Cada ramo verde e íntegro do pinheiro faz o conjunto da árvore melhor. Cada indivíduo íntegro forma uma sociedade melhor.

Um feliz natal a todos!

Autor - Roberto Curt Dopheide

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Que Nunca Te Ensinaram De Política


A maioria dos alunos brasileiros acha que no Brasil temos duas facções políticas, a Esquerda e a Direita.

A primeira é a ética, e a altruísta, a segunda, precisa ser combatida a ferro e fogo.

Mal sabem que no Brasil existe um único partido. No Brasil, a extrema direita se une com a extrema direita para explorar a classe média.

Isto está ocorrendo na França, Estados Unidos, Argentina e no Brasil.

Por isto, os bancos apoiam tanto o PSDB, porque Gerdau, Abílio Diniz e Eugênio Staub contribuíram tanto para a campanha da Dilma.

Os donos do capital, os banqueiros e as empresas familiares se unem com a extrema esquerda, os sindicalistas, e ambos assim dividem o poder.

São incentivos fiscais, Zonas Francas, empréstimos do BNDES, Banco Central que salva um único setor da economia e não os demais, é a economia dirigida, as obras milionárias para empreiteiras gigantes de um lado e bolsa tudo, seguro desemprego, aposentadorias grátis, e assim por diante.

Para a classe média sobra somente os impostos.

Ambos os grupos se locupletam, e quem paga a conta é a classe média que não é mais representada em nenhum país do mundo.

A classe média é de centro.

Isto porque não tem como viver do capital de um pai rico, e não tem como pleitear bolsa família.

Não é um excluído, nem mãe solteira, nem um velho aposentado que não leu a fábula da Cigarra e da Formiga.

A classe média percebe que terá de trabalhar para viver, que tudo que ganhar será do seu próprio esforço e não do seu pai rico, ou de um Estado mais rico ainda.

Esta classe média, composta de Profissionais Liberais, empreendedores, inventores, inovadores, escritores, advogados, arquitetos, contadores, engenheiros, médicos, enfermeiras, pilotos, taxistas, sapateiros, pipoqueiros, professores, aqueles que vivem do seu próprio trabalho e antigamente se uniam nos Partidos Liberais, que não existem mais na face da terra.

Nos Estados Unidos só têm os Republicanos que querem redução dos ganhos de capital, e Democratas que querem Saúde Grátis, e mais 47 benesses, pelo Príncipe Obama.

Os Liberais querem que simplesmente os deixem trabalhar, que retirem a carga tributária das costas deles, que reduzam a burocracia em tudo que eles têm que fazer.

Nos Estados Unidos já dizimaram a classe média americana, que ficou sem partido e não sabe em quem votar.

No Brasil fizemos pior.

Roberto Mangabeira Unger escreve com todas as letras que o Estado precisa de cooptar a Classe Média, oferecendo Ensino Universitário grátis, empregos públicos vitalícios para os concursados, pensão para filhas solteiras de militares e outras benesses como Lucro Presumido, etc..

Metade da nossa classe média já foi cooptada. Inclusive eu, que dependo de uma aposentadoria pública de Professor da USP.

Jornalistas e Professores Universitários, que ganham 10 vezes o salário mínimo deste país, deveriam a rigor serem Liberais, NeoLiberais, SocialLiberais, ou ComunitariosSociais, enfim. Ganham pelo seu trabalho intelectual.

Eles não vivem do capital que acumularam e herdaram nem têm mil auxílios do Estado, mas mesmo assim preferem defender os interesses de seus patrões, donos de jornais, ou das outras classes que não as suas. É chique!

Assim é que as civilizações foram lentamente desaparecendo, a Egípcia, Maia e Asteca. Os Príncipes (Empresários), Sacerdotes (Intelectuais) e os Arrecadadores de Impostos (Economistas) ficaram lentamente sozinhos, sem ter os Arquitetos, Contadores, Engenheiros, Agricultores, Administradores, Escritores, a classe média que mantinha as técnicas daquelas Civilizações.

É um tiro no pé, mas é o tiro que já nos demos, ao criar a ditadura do Partido Único, da união da direita e esquerda, do Maluf e Sarney com Lula e José Dirceu.

Fonte: http://blog.kanitz.com.br